HOMENAGENS

 

 

 

6 de Junho 2010

INSTITUTO MADRE MATILDE

 

 

 

 

 

Por vezes, ao querermos fazer um discurso com o intuito de evidenciar ou enaltecer méritos - individuais ou colectivos -, temos alguma dificuldade em fazê-lo. Uma, por julgarmos o homenageado avesso a quaisquer elogios - o mesmo que dizer: demasiadamente simples e modesto. Outras, por pensarmos que as palavras proferidas, não são as mais apropriadas ao alvo da Homenagem ou ao fim em vista.

   Hoje, espero que estas simples e poucas palavras - escritas nestes papéis - vos dêem a conhecer o que nos vai na alma, no que diz respeito ao que rápida e progressivamente, vai agravando o estado de espírito da maioria dos cidadãos. Estes, são os tais cidadãos que, queiramos ou não, também fazem parte da nossa sociedade. Felizmente para todos nós, ainda vão existindo Instituições de Solidariedade Social, que lutam - algumas com muita dificuldade - contra tal “estado de coisas”.

   Julgo não ser novidade para ninguém, falar e constatar sobre o caminho deprimente - para não dizer rumo - que os nossos governantes estão a “palmilhar”, no sentido de estarem a “fabricar”um eventual colapso…do nosso País. Seria fastidioso, estar aqui a esmiuçar as inúmeras situações - políticas, económicas e sociais – que mais contribuem e contribuíram para tamanho descalabro. Se me permitirem, de todas elas, vou-me debruçar sobre aquela que, no nosso entender, mais aflige a nossa gente: a SOCIAL. Não será necessário ser-se muito inteligente ou um bom entendedor para, com relativa facilidade, se perceber e conhecer a principal origem deste flagelo: o DESEMPREGO. E, como de uma “bola de neve” se tratasse, este flagelo… advém de um outro. Para muitos… o maior de todos: o ECONÓMICO. Minhas caras amigas e amigos: todas estas crises - e mais algumas que não quero mencionar – conduzem-nos à mais perigosa das crises! Quiçá…a maior de todas: a SOCIAL. Digo isto com toda a convicção porque, os muitos conflitos por ela originados, surgem na maioria das vezes através da INSTABILIDADE EMOCIONAL, passando pelos da INSTABILIDADE FAMILIAR e acabando nos de VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. Como é fácil de compreender, todas elas são as geradoras das principais vítimas: as de MAUS TRATOS e as de ABANDONO FAMILIAR. Perdoem-me na minha insistência, ao continuar nesta sequência de factos, mas não fico satisfeito nem tranquilo, se não lhe der um pouco de seguimento, apenas para lembrar e chamar a atenção destas vítimas, para os perigosos “declives” em que podem resvalar e até, para os “abismos” que lhes surgirão pela frente, com grandes hipóteses de se poderem transformar em autênticos precipícios: A MARGINALIDADE OU A DELINQUÊNCIA transformadas em CRIMINALIDADE, PROSTITUIÇÃO, DROGA, ROUBO, ASSASSÍNIO e em muitos outros perigos. Dentro deste contexto, falar-se em PEDOFILIA estará na moda, ou haverá mesmo motivos para nisso se falar? Parece-me que, uma coisa ou outra - talvez mesmos as duas - devam ser incluídas na lista da AUSÊNCIA de VALORES…a grande doença desta sociedade.

   Não tenho qualquer dificuldade em acreditar no facto de a POBREZA ser proveniente da conjugação de todos estes factores. Como já compreenderam, estou a falar na POBREZA propriamente dita. Não estou a falar na pobreza de espírito, embora esta tenha a sua cota parte de responsabilidade… pelo estado em que o País se encontra. Embora não me parecendo muito simpático fazê-lo - porque estamos a falar em coisas sérias – permitam-me comparar o estado SOCIAL do País, a um velho ditado popular: “CASA ONDE NÃO HÁ PÃO, TODOS RALHAM E NINGUÉM TEM RAZÃO”. Atrevo-me a dizer que, no meio disto tudo, há sempre CULPADOS. Responda quem quiser! Este meu desabafo, embora não seja muito poético, poderá muito bem servir de mote para a parte discursiva que pretendo relevar, face à primordial importância do papel desempenhado pelo INSTITUTO MADRE MATILDE ao dar resposta ao S.O.S., lançado pelas vítimas deste flagelo e, por via disso mesmo, contrariar o avolumar de tal situação. O acolhimento que tem protagonizado, na protecção a muitas jovens raparigas (algumas…crianças ainda!) sujeitas a cair nas tais “armadilhas” por mim mencionadas há pouco, e ao mesmo tempo, tentar dar-lhes um verdadeiro “estatuto” de MULHER, é motivo mais que suficiente para ser o alvo desta justa e merecida HOMENAGEM.

   Nós, os Autarcas, temos a obrigação de, dentro daquilo que nos for possível, conhecer as necessidades mais prementes da população que governamos e, conhecendo as suas dificuldades, dar-lhe o apoio que se julgar mais apropriado e que, naturalmente, possa ser suportado pela Autarquia envolvida nesse apoio. Estamos a viver uma época - esperamos que breve – onde a chamada pobreza envergonhada, ganha cada vez mais raízes. É difícil, viver assim. Algumas vezes, são alguns amigos (sem aspas) que, por “portas travessas”, auxiliam essas pessoas, sem elas próprias ficarem a saber quem as ajudou. Estes são…os verdadeiros amigos.  Dentro de um outro contexto - não muito diferente deste - há Instituições de carácter Social, que muito têm feito em prol da sociedade. Algumas, teimam em manter-se numa espécie de anonimato, ao não fazerem alarde do trabalho que desenvolvem. O silêncio, nestes casos, costuma não ser bom conselheiro. A população tem de ser informada do que de bom se faz na sociedade. Os olhos e o coração do mais comum dos mortais, necessitam dessa informação. Os Autarcas da Junta de Freguesia da Póvoa de Varzim querem, neste momento solene, dar a conhecer à sociedade, uma dessas Instituições: o INSTITUTO MADRE MATILDE.

  À JUNTA DE FREGUESIA, e porque não, à Câmara Municipal também, o seu trabalho não tem passado despercebido, por isso mesmo, temos feito algum esforço no sentido de colmatar algumas das suas necessidades. Hoje, não vamos colmatar nada. Vamos sim, prestar-lhe o devido TRIBUTO, já há muito tempo merecido.

   Não vou entrar em pormenores sobre a maneira e as circunstâncias de como surgiu a Instituição na minha Terra, nem tão pouco a sua origem. Seria fastidioso fazê-lo, visto isso já ser do vosso inteiro conhecimento através da leitura do pequeno opúsculo que vos foi entregue à entrada deste Auditório. Apenas vou tentar dar a conhecer ou lembrar aos presentes, o quanto tem sido importante – hoje! …mais do que nunca - o serviço por ela prestado à nossa comunidade e, ao mesmo tempo, apelar à solidariedade dos Poveiros - temos de ser solidários uns com os outros – para nunca se esquecerem do bem que nos fazem.

   Quantas raparigas teriam sido albergadas nesta Instituição? Com certeza que alguns milhares…desde a sua existência. EDUCAR e ALIMENTAR toda esta gente, não tem sido tarefa fácil. Muito mais complicada se torna a situação, quando é necessário CALÇAR e VESTIR, muitas delas. Mais uma vez digo…não é fácil. Para uma Instituição como esta - que luta com tantas dificuldades -, fazer destas jovens raparigas, as mulheres do AMANHÃ, só Deus. Mas, segundo julgo, Deus não pode fazer tudo sozinho. É sempre necessária ajuda e um esforço suplementar – monetários e físicos -, vindos de qualquer outro lado. O outro lado, está garantido com a CORAGEM e, essencialmente, o CARINHO das Irmãs religiosas do INSTITUTO MADRE MATILDE. Só a determinação destas mulheres de Deus e a força que por Ele lhes foi concedida, conseguem eliminar muitas dificuldades da sua árdua tarefa. As rosas depois de criadas, e libertas de muitos dos seus espinhos, poderão ser transformadas num multicolor e florido jardim, de onde mais tarde ou mais cedo, serão colhidas as flores que, como de um milagre se tratasse, aparecem como as mulheres do futuro. Como já perceberam, acabei de utilizar uma metáfora, para poder dar uma imagem mais ou menos animadora, sobre o exigente e profícuo trabalho desenvolvido pelo Instituto: as raparigas dão lá entrada… mental e espiritualmente afectadas e, passados alguns anos, como se uma varinha mágica surgisse de repente, “abre-se-lhes a porta” para um futuro mais ou menos…risonho, quando têm de abandonar o lar - que tão carinhosamente as acolheu – e cientes de terem alcançado os objectivos - mais que necessários - para a longa caminhada da vida e capazes de as encorajar a agarrar com “unhas e dentes”, a primeira oportunidade que lhes aparecer, garantindo-lhes a segurança necessária ao enfrentar os muitos obstáculos que, com toda a certeza, lhes irão surgir no sinuoso percurso das suas vidas. Sobre isto, deixem-me recordar uma velha máxima - suponho que de origem chinesa -. Diz mais ou menos isto: mais importante do que “DAR-LHES O PEIXE, É ENSINÁ-LAS A PESCAR”. É fundamentalmente isso, que a Instituição tenta fazer: ensiná-las a”pescar”.

   Hoje, mais do que nunca, ansiamos por viver em PAZ. Para isso, necessitamos de uma sociedade mais JUSTA e FRATERNA onde:

                           a  JUSTIÇA, não seja uma palavra vã;

    a DIGNIDADE, seja o expoente máximo do comportamento humano;

    a HONESTIDADE, ande de mãos dadas com a SINCERIDADE.

   Ao produzir este “desabafo”- que não deixa de ser um desejo - a JUNTA DE FREGUESIA DA PÓVOA DE VARZIM fica ciente e com a firme convicção de que esta HOMENAGEM é JUSTA, DIGNA, HONESTA e SINCERA, como tem sido o trabalho produzido, durante quase meio século, pelo INSTITUTO MADRE MATILDE.

   Irmã Maria José Vieira, muito obrigado pelo vosso trabalho e pelo Carinho que todas vós têm dispensado às nossas meninas.

  

                                                                           QUE DEUS VOS AJUDE

 

 

           Daniel Gonçalves Bernardo

      Presidente da Junta de Freguesia

                                           

 

 

 

 

 

 

 

 

17 de Maio de 2009

ANTÓNIO LOPES DA CONCEIÇÃO

 

 

 

 

 

António Conceição, presidente da Banda Musical da Póvoa de Varzim, vai ser homenageado pela Junta de Freguesia da Póvoa de Varzim, no dia 17 de Maio.

Grande parte dos seus 85 anos de vida tem sido dedicada ao associativismo, na Banda Musical, Clube Naval Povoense, Varzim SC, Associação “A Familiar”, Federação Portuguesa de Pesca Desportiva de Alto Mar, e Casa do Benfica da Póvoa.

Sobre a homenagem diz que foi apanhado de surpresa: “não sou vaidoso mas é uma honra ver o nosso trabalho ser reconhecido”.

Este ilustre poveiro conta que teve uma infância normal e que sempre conseguiu conciliar a sua vida profissional com o associativismo. “A minha mãe era vendedora de peixe. Naquele tempo, ia com a gamela na cabeça vender peixe nas freguesias. O meu pai tinha uma sapataria no antigo mercado. Fui criado com os meus avós paternos.

No dia 17 de Maio, às 11,00 horas, no Auditório Municipal

 

   Falar sobre o homenageado de hoje, parece ser uma tarefa fácil. Às vezes, o que parece é. No entanto, para mim, poderá não ser tão fácil como isso! Julgo que falar de um Homem que, durante quase sete décadas, dedicou grande parte da sua alma e muito do seu coração, ao bem-estar de muita gente, o mesmo que dizer, à felicidade de uma boa parte da nossa comunidade, parece-me ser um pouco difícil. Se, por outro lado, tomarmos em devida conta, o facto de António Conceição se apresentar como uma pessoa simples – sinónimo da sua maneira de estar na vida – e portanto, avessa a qualquer tipo de protagonismo, e também, o seu relacionamento no dia-a-dia com a sociedade, ser um exemplo de vida para todos nós, poderá de certo modo, facilitar-me a tarefa. De uma coisa estou certo… vou falar de um Homem BOM.

    Perguntar-me-ão: Então?!...basta um Homem, possuir alguns atributos de Bondade, para que lhe seja prestado, qualquer tipo de HOMENAGEM? Sobre esta interrogação, ocorre-me dizer o seguinte: Devia bastar!... Se tomarmos em devida conta os tempos que correm e o mundo actual em que vivemos, onde a Hipocrisia, a Mentira e a Inveja fazem da Honra, da Verdade e da Dignidade, palavras sem qualquer sentido. Naturalmente que, com isto, pretendo apenas dizer o seguinte: hoje em dia, a oportunidade de se descobrir e conhecer um Homem Bom, é uma tarefa que, cada vez mais, se torna mais rara e, por consequência, mais difícil.

   Penso que, através deste pequeno apontamento, a resposta estaria dada. Mas, para os que acreditem ou não, o prémio destinado a recompensar o atributo de ser BOM, só um Ser Superior a todos nós, o poderá atribuir. O que a Junta de Freguesia pretende Homenagear, tendo todos vós como testemunhas e parte integrante desta cerimónia, é o que este Homem fez de mais importante e útil, pela comunidade da nossa Terra.

   Seguramente que uma das virtudes que mais aprecio num ser humano - muito mais se for um meu conterrâneo - é a sua disponibilidade no estar sempre pronto, para se dedicar à sua Terra. E, para a servir, certamente que não é necessário ser um “catedrático”, nem tão pouco, ser muito rico. Qualquer cidadão minimamente honesto e suficientemente interessado, mesmo que a sua riqueza seja apenas de espírito, consegue mover “montanhas” para poder ajudar o seu povo a ser feliz. O Poveiro aqui presente, e que todos nós pretendemos Homenagear, obedece perfeitamente a este conceito. Entendo, que por isso mesmo, e essencialmente, pelos muitos anos que se encontra de “mãos dadas” com o Associativismo, a justificação poderá estar dada na íntegra.  

  Sem pretender entrar no elogio fácil e tornar-me repetitivo, devo lembrar, que este Homem, com a naturalidade que lhe é peculiar e sem pensar em qualquer recompensa por tudo aquilo que fez e continua a fazer, é o protótipo do símbolo do “Bem-Fazer”. Em 1956 – uma época em que se jogava por amor à camisola - e quando nada o fazia prever, começou por se dedicar à arbitragem. Passados 11 anos e por ter concluído que não tinha mais “pachorra” para lhe dar continuidade…desistiu. Quando, aos 12 anos, juntamente com seu pai, começou a trabalhar, o que sempre fez com alegria e entusiasmo, predicados que lhe são muito próprios, nunca descurou a sua vida profissional. Ao ter exercido diversas actividades - “ligadas” a diversos ramos – conseguiu que estas lhe garantissem a sua subsistência, assim como a da sua família. A última que exerceu, como funcionário da empresa “Algodoeira de Angola” (instalada em S. Mamede de Infesta), proporcionou-lhe a sua merecida reforma.

   Por estar inadvertidamente a desviar-me do essencial, para pormenores que só dizem respeito à sua vida pessoal e familiar (suponho que todos os presentes já os conhecem, através do “livrinho” que vos foi distribuído à entrada para este auditório), não me quero esquecer daquilo que para mim é fundamental e que no “fundo”, é o culminar de uma justificação, para a sua mais que justa: HOMENAGEM.  

   Pelo seu amor à música e o prazer de estar muito próximo dela, há mais de seis décadas que, através de um forte “cordão umbilical”, está ligado à nossa Banda de Música. Esta sua ligação tornou-se mais vinculativa a partir de 10 de Abril 1947, altura em que as duas bandas existentes, a dos Passarinhos e dos Malhados se “fundiram”, numa só. Dessa fusão, nasceu a que ainda hoje existe, embora transformada em Associação: Banda Musical da Póvoa de Varzim. Por força das circunstâncias da época, esse vínculo tornou-se ainda mais forte, passados mais de 30 anos, quando assumiu a sua Presidência, com o firme propósito de a incrementar e de lhe dar maior solidez. Esse incremento ainda hoje continua, pois que, uma das suas principais preocupações, tem sido e continua a ser, o “recrutamento”de músicos naturais da Póvoa de Varzim. Nesse sentido, dotou a Associação de uma escola de música, com o intuito de, a partir dela, a Banda poder ser constituída, apenas com gente Poveira. Com todo o meu respeito e a vossa paciência, especialmente a do nosso convidado de honra, permitam-me que aproveite esta oportunidade para vos recordar o dia 12 de Junho do ano 1864, por ter sido a data em que, pela primeira vez, surgiu nesta cidade – que é muito nossa - uma Banda Musical. Por motivos completamente desconhecidos para mim, essa mesma Banda, foi alvo de uma cisão em finais de 1924, dando origem ao aparecimento das duas, que a seguir me reporto: Sociedade Musical da Banda Povoense Concelhia e Banda Musical “A Poveira”. Ambas ficaram conhecidas respectivamente por “ Banda dos Passarinhos” e “ Banda dos Malhados”, designações estas, já por mim mencionadas anteriormente Hoje, passados 62 anos da sua reunificação, a nossa Banda é composta por 60 jovens músicos de ambos os sexos. Menos 8 elementos, do que o número de anos, que o nosso Homenageado, está ao serviço dela própria: 68.

 Se formos intelectualmente honestos, poderemos concluir, não ser muito frequente um qualquer cidadão, servir uma Instituição durante tantos anos, sem nunca ter recebido nada em troca. Isto, meus caros amigos, não é normal. Ainda hoje, apesar dos seus provectos 85 anos de idade, continua a ser a “alma viva” da sua Banda. Este Homem, não desiste. Vamos vê-lo, pelo menos mais 2 anos, a lutar por aquilo que sempre o animou e lhe foi prometido, mas que, por questões burocráticas, ainda não se concretizou: o sonho de ver construída e inaugurada a sua sede tantas vezes reclamada: a da Banda Musical.

   Como bom Poveiro que é, não será para admirar, o facto de gostar do mar e ter uma enorme admiração pela pesca. Foi por influência destas suas grandes paixões, que o seu íntimo o levou até ao Clube Naval Povoense. Aí, ao dar o seu contributo em algumas das vitórias alcançadas pelo Clube – como atleta de Pesca Desportiva – acabou por ser um dos seus Dirigentes. Ainda hoje se mantém, nos Órgãos Sociais da colectividade. Mas, além desta, o Varzim S. C., a Federação Portuguesa de Pesca Desportiva de Alto Mar, a Associação “A Familiar”entre outras, foram outras das Instituições a beneficiarem do saber e da entrega à Filantropia, do bom Samaritano que hoje aqui nos faz reunir.

   Por ser verdade e também por uma questão de honra, tenho a obrigação de vos recordar o facto de este Homem já ter sido meu adversário político, como cabeça de lista de um partido de esquerda, à Junta de Freguesia e ter sido membro da Assembleia Municipal durante um mandato defendendo igualmente a esquerda.  

   Ao fazer-se contas ao tempo de “carolice” desenvolvida por este Homem, não será difícil concluir, que são muitos os anos de autêntica e verdadeira doação aos outros. Quando se resolveu dedicar à Terra que o viu nascer, com entusiasmo e dedicação – próprio dos abnegados – e sem estar à espera de quaisquer benefícios em proveito próprio, o Cidadão que aqui se encontra junto de nós, para que lhe seja prestada esta justa e merecida HOMENAGEM, mostra à sociedade, que a “juventude” não é mencionada no Bilhete de Identidade e o ser Benfeitor não necessita de “propaganda”. Este Homem, nunca virou a cara à luta. Este Homem nunca se acomodou. Este Homem merece a admiração de todos nós.

  OBRIGADO      

          Senhor ANTÓNIO LOPES DA CONCEIÇÃO

 

Daniel Gonçalves Bernardo

 Presidente da Junta de Freguesia da Póvoa de Varzim

 

 

 

 

 

 

01 de Junho de 2008

 

LUÍS LEAL

 

 

A Junta de Freguesia da Póvoa de Varzim vai homenagear Luís Leal, pela longa carreira no jornalismo,  colaborou em jornais como Record, A Bola, Comércio do Porto, Comércio da Póvoa, Notícias da Póvoa, Norte Desportivo, Diário Popular, A Capital, entre outros e pelo trabalho que desenvolveu em prol do desporto e do associativismo poveiro. Desde sempre ligado à política, é actualmente militante do PCP.

Luís Leal tem 73 anos de idade e mais de 60 anos foram dedicados ao jornalismo.

No dia 1 de Junho, às 11,00 horas, no Auditório Municipal

 

Como é do conhecimento geral, pelo menos dos mais atentos, um dos maiores “flagelos” que enferma esta triste e pobre Sociedade – supostamente civilizada - é a constante e preocupante procura de protagonismo que, para muita gente, é o meio mais eficaz de conseguir um “Estatuto” que a consiga tornar mais conhecida. Esta procura, é feita na maior parte das vezes, sem olhar a meios, o que, para os mais honestos e competentes, se apresenta como um muro intransponível para alcançar o almejado emprego. Tal situação, não me provoca qualquer admiração, pelo facto de, lenta e progressivamente, me ir apercebendo, que uma parte considerável de entidades empregadoras, confunde “lábia” ou “paleio”, com competência; aparência, para não dizer “fachada”, com personalidade; subserviência, com respeito; “agressividade”, com autoridade; bajulação ou adulação, com humildade e o “faz de conta”, com capacidade de trabalho. Quero com isto dizer, que “o dar nas vistas” - o tal protagonismo - em Portugal, é a forma mais eficaz para se conseguir bons empregos e, com relativa facilidade, as pessoas que assim procedem, serem premiadas - pelos mais ingénuos e incautos - com o “estatuto” de pessoas “importantes”. Pior do que isto, é aquela gente que, sem qualquer pejo, vende ou empenha a própria dignidade, para atingir os seus próprios desígnios. Escusado será dizer, que tais pessoas, não deveriam merecer um mínimo de atenção, o mesmo que dizer, de credibilidade, por parte de outras mais responsáveis e credoras de todo o nosso respeito. Mas, infelizmente, isso não se verifica. O verdadeiro homem, aquele que, pela sua inteligência, pela sua generosidade, pelos seus conhecimentos, pelo contributo que dá ou já deu, em prol de uma sociedade mais justa e fraterna, mas principalmente pelo seu carácter, não procura tal protagonismo, porque tem confiança nessas suas qualidades. Na maioria dos casos, até o rejeita. Mas, afinal de contas, onde está a sociedade capaz de avaliar esta boa gente? Qual será o meio mais indicado, para “separar o trigo do joio”? Ouso dizer, que não é tarefa fácil, chegar-se a uma definição. Assim como, também me atrevo afirmar, que não é difícil tentar conhecer esta gente e separar os Bons dos Maus, reconhecendo e distinguindo, sempre que possível e com naturalidade… os Bons. Esta será também, uma forma meritória e gratificante, de contribuir para a construção e solidificação da tal sociedade mais justa e fraterna que, a maioria de nós… anseia.

As Autarquias têm um papel fundamental nesta missão de reconhecimento e distinção, após ter avaliado o cidadão que, por isto ou por aquilo, tenha contribuído desinteressadamente para o bem-estar de uma comunidade e, com isso, para o prestígio da sua própria Terra. Esta avaliação, só por si, já pode ser considerada uma manifestação ou uma atitude de reconhecimento. Contudo, elas, as Autarquias, devem manifestar esse reconhecimento publicamente. Cidadãos de tamanho gabarito – para mim, gabarito é sinónimo de dignidade -, devem servir de exemplo a tantos outros, e por isso mesmo, deverão ser alvo do devido Tributo. Hoje, a Junta de Freguesia da Póvoa de Varzim, está a cumprir essa missão.

Conheço bem, o Homem que aqui está a ser homenageado. O Luís Leal, embora optando por uma ideologia político/partidária diferente da minha, e naturalmente do da Junta de Freguesia que presido, e também, tal como eu, ser um homem do povo, certamente que não discordará deste meu “desabafo” que, ao jeito de intróito, se apresenta como uma  atitude por ele sempre defendida e que, noutras ou nas mesmas circunstâncias, não se coibiria em fazer este mesmo discurso. Não é somente pelo facto de ter sido e continuado a ser Jornalista, que ele aqui se encontra como alvo desta justa e merecida homenagem. A sua modéstia, a sua simplicidade, a sua popularidade, o seu “Poveirismo”, o seu valor e, principalmente, o seu carácter, foram também valores tomados em devida conta, para que o próprio, mesmo sem o querer, fosse o protagonista da cerimónia que hoje se realiza. Ele, não andou à procura deste protagonismo, nós, Junta de Freguesia, é que entendemos dar-lho. Os homens devem ser avaliados pelo que fazem e pelo seu carácter, e nunca pelo que dizem ou pela cor política que defendem.

Não vou aqui falar sobre a biografia, nem tão pouco do longo percurso de vida deste homem, porque isso já é do conhecimento de todos vós, através da leitura desse pequenino livro que vos foi distribuído à entrada deste Auditório. Quero contudo realçar, o entusiasmo e empenho, que sempre dispensou às inúmeras iniciativas de carácter social e desportivo em que se envolveu. Entre estas, quero recordar a sua “luta” pela instalação de um recinto apropriado, para que as crianças do seu bairro - Nova Sintra – pudessem  “dar largas à sua alegria” e “traquinices” num  ambiente saudável e seguro. Foi através dessa sua persistência junto das entidades responsáveis pelo bem-estar de uma comunidade, que nasceu o actual Parque Infantil no conhecido bairro operário. Aí, foi mandado construir, sob a responsabilidade física e financeira da Junta de Freguesia local, e que até aos dias de hoje, o vem adaptando às múltiplas solicitações - modernizando-o - e a tratar da sua manutenção.

Sendo a saúde e o bem estar das crianças duas das suas preocupações, pensou juntar, neste caso, o agradável ao útil – o desporto - , criando o Plano de Promoção de Atletismo no sentido de ocupar as crianças nos seus tempos livres e facilitar-lhes o seu desenvolvimento físico e mental. Lembro-me que, quando pela 1ª vez fui eleito Presidente da Junta, a Freguesia da Póvoa de Varzim não apoiava este Plano. Ciente desta lacuna, preocupei-me de imediato em trocar umas impressões – sem qualquer formalidade - com o Luís Leal para,  a partir dessa altura e quando entendesse, pudesse contar com o nosso apoio para o citado plano.

Quando foi director do Varzim. S.C. e como “varzinista” dos “quatro costados” que continua a ser, o Luís Leal apercebeu-se no seio do seu clube de sempre, da falta de algo, que pudesse informar os associados do clube e demais simpatizantes, sobre o que de maior interesse e mais importante, decorresse na vida da instituição. Para colmatar essa ausência de informação, o homenageado, valeu-se do seu estatuto de Jornalista Desportivo, como quem diz, da sua arte de escrever, para fazer nascer e, mais tarde criar, um jornal informativo. A “criança” nasceu e foi baptizada com um nome: “ O Varzim “. Ainda hoje se mantém, e do qual, é seu Director e Redactor.

Não foi de ânimo leve nem por acaso, que este dia foi o eleito para a manifestação de regozijo que hoje aqui se vive. Não…não foi. Foi-o única e simplesmente, pelo facto de se tratar do DIA MUNDIAL DA CRIANÇA… o dia de eleição do Luís Leal.

Estando a apoderar-se de mim a nítida sensação de este meu discurso começar a alongar-se e o receio de me tornar repetitivo em relação ao que aqui foi dito e lido sobre o Homenageado, permitam-me que o conclua, com uma pequena referência ao momento que aqui estamos a viver.

A Comunicação Social do nosso Concelho está, na nossa opinião, muito bem representada pelo Luís Leal. Não porque ele tivesse sido um jornalista que tivesse escrito, ou escreva, muito sobre a Póvoa ou que pertença ao grupo dos ditos “eruditos” ou “intelectuais”, mas, essencialmente, pela sua Verdade, pela sua Simplicidade, pela sua Popularidade, pelo seu Carácter e, principalmente, pela vontade e o amor que dispensa a tudo o que escreve.

Luís Leal, peço-te que continues a deliciar-te com a tua escrita. Que continues, a fazer aquilo que outros não fazem. Que continues, a lutar pelos teus ideais. Que continues a ser, o Homem que sempre foste.

 

P A R A B É N S   e   F E L I C I D A D E S        01-06-2008

 

                                                                           Daniel Bernardo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

03 de Junho de 2007

Real Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Póvoa de Varzim

 

 

 

No decorrer do século XIV, mais concretamente, no ano de 1395, surge o 1º. Serviço de incêndios em Portugal. Nessa época, governava o País, o Rei D.João I. Mas, o maior incremento destes serviços, surgiu no século XVII, quando o reino era liderado por D.JoãoIV. No século seguinte – decorria o ano de 1734 –, surge a designação BOMBEIRO. Se nos recordarmos da indispensável e principal ferramenta utilizada no combate aos incêndios, que é a BOMBA (neste caso particular, a de injectar água), não nos será difícil perceber a razão de os Soldados da Paz, passarem a ser conhecidos por… BOMBEIROS.

Decorria o século XIX, quando os da minha Terra, e todos quantos a eles se encontravam ligados, se reuniram no sentido de darem curso àquilo que há bastante tempo lhes “martelava” no cérebro: fundarem um género de “Companhia de Bombeiros Voluntários”. Isso surgiu no dia 1 de Outubro de 1877, para mais tarde vir a optar por uma outra designação, mais consentânea com a sua verdadeira função humanitária: “ASSOCIAÇÃO HUMANITÁRIA DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DA PÓVOA DE VARZIM”. Posteriormente, para ser mais preciso, em 6 de Janeiro de 1892, passou a ser uma Instituição oficializada. Já no princípio do século XX, para ser mais exacto, no ano de 1904, o Rei D.Carlos, permitiu que a nossa Associação de bombeiros, utilizasse a designação de:  “REAL ASSOCIAÇÃO HUMANITÁRIA DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DA PÓVOA DE VARZIM”.

Durante estes quase 130 anos de vida, foram muitos os voluntários que, de alma e coração, se empenharam na nobre tarefa de auxiliar os outros. Ao falar em voluntários, não me quero referir apenas e somente, ao Corpo Activo. Seria uma enorme injustiça, esquecer-me de incluir os corações e as almas, de todos aqueles que constituíram e mantêm os Órgãos Sociais da Instituição. Todos eles, sem qualquer espécie de dúvidas, têm desempenhado e desenvolvido, relevantes serviços de acção cívica e humanitária. Ambos – corpo activo e social - com um expressivo e contagiante espírito de solidariedade, procuram entender e minimizar, muitos dos  flagelos que actualmente assolam e afligem o mundo. Quero-me reportar mais concretamente, aos fogos florestais e aos estúpidos e múltiplos acidentes rodoviários.

VIDA POR VIDA, como toda a gente sabe, é o LEMA atribuído a todas as corporações de BOMBEIROS deste País. Na nossa opinião, nada há, de mais apropriado, que defina com tanta clareza, o sacrifício de tantos homens e mulheres que, voluntariamente, arriscam a própria vida para salvar a do seu próximo. Elas e eles, têm sido incansáveis na sua incessante luta contra o tempo, para acudirem a todo o género de catástrofes, ao despenderem muitas das suas forças durante horas sem descanso. Esta luta contra o tempo, não se limita apenas à rapidez do auxílio que deve ser prestado, aos que dele necessitam. Antes disso, há que lutar - muitas vezes – contra os mais diversos contratempos que, durante a sua “correria”, lhes vão surgindo pelo caminho, até chegarem ao seu destino. Naturalmente que ninguém desconhece a quantidade de estradas sinuosas que por este Portugal existem. Também, toda a gente conhece, a existência de acessos por caminhos difíceis, ao sítio pretendido. Para completar este rol de dificuldades, pensemos no triste isolamento em que se encontram muitos locais e na falta de meios que daí advêm. Se também, levarmos em devida conta, as condições climatéricas adversas - que vezes sem conta, se fazem sentir - não será difícil concluir, o quanto longa é a batalha, que os soldados da paz têm que travar, até poderem desempenhar a sua missão.

Por isto e… muito mais, todos nós deveremos considerar o insano trabalho desenvolvido por esta plêiade de homens e mulheres como uma atitude de relevantes serviços de acção cívica e humanitária.

Tomando em devida conta as novas tecnologias e materiais sofisticados aplicados na construção dos edifícios, que fazem desta Terra, uma cidade moderna, devo reconhecer a falta de meios adequados com que a Associação se debate. A propósito disto, estou a lembrar-me da tão falada escada “Magyrus”. Lutemos por ela…mais uma vez. A transformação do concelho, deve também ser acompanhada pela angariação e formação de jovens bombeiros, criando novas e melhores condições para actuar – em caso de incêndio ou acidente - , embora reconhecendo não ser tarefa fácil. Seria também pedagógico e útil, tanto às Autarquias como à própria Associação, promoverem acções de sensibilização junto dos proprietários das chamadas “bouças”, no sentido de se proceder à sua limpeza, o que, para além de evitar incêndios, contribuiria de uma forma bastante agradável, para a renovação da natureza. Com isto, e segundo o meu ponto de vista, apenas pretendo dar uma despretensiosa opinião sobre um assunto que, eventualmente, poderá contribuir para o serenar de almas mais sensíveis ao “incessante” toque da sirene ao imaginarem – por vezes assistirem – à louca correria dos voluntários, para num frenesim corajoso e destemido, porem em risco as suas próprias vida. CORAGEM, HEROÍSMO, SOLIDARIEDADE, e ESPÍRITO DE SACRIFÍCIO, quando conjugados com eficiência e humildade, definem o verdadeiro HERÓI. Ao longo destes 130 anos, foram alguns os heróis, que fizeram e fazem a História da Instituição e dos Bombeiros Portugueses. Permitam-me que recorde, com muito orgulho, alguns deles. Começo por aquele, em que a modéstia e a humildade, no seu transparente relacionamento com os outros, não faziam adivinhar o valor das muitas condecorações, que lhe foram impostas no seu peito. Parte delas, encontram-se expostas no nosso Museu de Etnografia e História Foi um dos Bombeiros de Portugal, mais condecorados do País: GASPAR FERNANDES AREIAS. Era natural de Leça de Palmeira. Um outro homem, pese o facto de nunca ter sido bombeiro e o seu nascimento ter ocorrido na cidade do Porto, desenvolveu – como benemérito – uma acção social digna de registo. Chamava-se: CÂNDIDO LANDOLT. Mais um ilustre Poveiro de coração – pois era natural de Vieira do Minho – foi um dos grandes Comandantes dos nossos Soldados da Paz: MAJOR ANTÓNIO MOTA. Por último, e sem qualquer menosprezo por todos os outros que - de uma forma ou de outra - serviram com galhardia, a Instituição nascida sob o signo da FILANTROPIA, deixem-me recordar um dos Presidentes de Direcção que, pelo trabalho desenvolvido, é digno de todos os encómios: DOMINGOS BARBOSA.

Por esta sua longa e sublime actividade, a Associação veio a ser reconhecida, distinguida e galardoada, pelas mais diversas entidades públicas do País, tendo-lhe sido atribuídos diversos LOUVORES e CONDECORAÇÕES. Permitam-me que destaque alguns:

Medalha/cobre de CORAGEM, ABNEGAÇÃO E HUMANIDADE, atribuída pelo Instituto de Socorros a Náufragos (1920); LOUVOR do Governo da República (1921); LOUVOR da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, por ser considerada e reconhecida como: INSTITUIÇÃO DE UTILIDADE PÚBLICA (1927); Medalha de Ouro da PÓVOA DE VARZIM (1928); Medalha de CAVALEIRO DA ORDEM MILITAR DE TORRE E ESPADA, VALOR, LEALDADE E MÉRITO COM PALMA (1929); Medalha de OURO com duas Estrelas da Liga dos Bombeiros Portugueses (1977).

Minhas Senhoras e meus Senhores, perante tudo isto, a JUNTA DE FREGUESIA DA PÓVOA DE VARZIM não poderia ficar indiferente a tão nobre INSTITUIÇÃO. Por isso, e perante todos vós, propôs-se prestar esta singela, justa e merecida  HOMENAGEM à REAL ASSOCIAÇÃO HUMANITÁRIA DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DA PÓVOA DE VARZIM.

Antes de terminar este já longo e “maçudo” discurso, pelo que desde já, apresento as minhas sinceras desculpas, gostaria de recordar uma estrofe do poema escrito pelo Dr.Josué Trocado que compõe o hino dedicado aos nossos bombeiros:                                     Avante, com Fé! Lutar com todo o ardor

Salvar, combater sem tréguas, com amor!

Avante, com Fé! Queremos alcançar

A vitória da morte e da dor!...

Obrigado pela vossa presença e pela paciência de me terem escutado.

Felicidades para todos.

Daniel Gonçalves Bernardo

 Presidente da Junta de Freguesia da Póvoa de Varzim

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

21 de Maio de 2006

A Beneficente

 É grande a minha satisfação ao redigir estas singelas e sentidas palavras dirigidas a uma das instituições mais carismáticas da nossa terra "A BENEFICENTE". É redobrado este meu sentimento pelo facto de se tratar de uma associação que, há cem anos, tem vindo a desenvolver um serviço de Solidariedade Social a favor dos mais necessitados e, em função desse tempo, estar a comemorar o seu centenário. Tomando em devida consideração o auxílio prestado aos seus pobres, aliado a data tão festiva, esta Junta de Freguesia, em reunião convocada para o efeito, aprovou, por unanimidade, prestar a merecida HOMENAGEM a esta instituição que é, ao mesmo tempo, a personificação de um grande grupo de pessoas que, das mais diversas e variadas formas, deram e continuam a dar vida à ideia concebida e desenvolvida por Francisco Gonçalves Amorim (MIROMA).

Hoje, mais do que nunca, os problemas sociais - a maior parte das vezes originados pelo decadente suporte económico da maioria das famílias e pela solidão -, são visíveis ao mais comum dos mortais e, mesmo àqueles que fingem não ver. Na nossa Terra haverá este tipo de "cegueira"? Suponho bem que não. Mas adivinho, com certeza, a existência de algumas almas generosas que disponibilizam muito do seu tempo, de lazer ou não, e também algum do seu dinheiro, para servirem os pobres. A atitudes deste género é costume chamarem-lhe: Cruzadas de Bem-Fazer. Pessoalmente, gosto mais de outro nome: SOLIDARIEDADE. Para gente de tamanha grandeza dirijo esta mensagem: Não se envergonhem do vosso ALTRUÍSMO... porque os pobres envergonhados precisam de vós e de todos nós.

Apesar da situação de crise vivida no nosso País que, naturalmente, penaliza pessoas e instituições, esta Junta de Freguesia vai continuar - dentro das suas limitações - a fazer o seu melhor, especialmente no que concerne à ajuda prestada a instituições de Solidariedade Social. As profundas e constantes remodelações da sociedade Portuguesa exigem, cada vez mais, a obrigação de todos os cidadãos contribuírem com a sua generosidade, no sentido de a DIGNIDADE HUMANA não ser apenas uma utopia. Nós, os Poveiros, não queremos uma Terra com falta de solidariedade. Haja coragem e abnegação.

"A BENEFICENTE", no decorrer dos seus cem anos, tem demonstrado, através do voluntariado, dignidade dos seus dirigentes e profissionalismo dos indispensáveis funcionários, o verdadeiro significado da SOLIDARIEDADE. Para eles, esta não é uma palavra vã.

Parabéns pelo CENTENÁRIO e obrigado pelo vosso trabalho.

Daniel Gonçalves Bernardo

 Presidente da Junta de Freguesia da Póvoa de Varzim

 

                    

 

 

 

15 de Maio de 2005

Instituto Maria da Paz Varzim

A realidade um País é, quer queiramos ou não, o espelho da sociedade que o forma. Somos nós, os seres humanos transformados em pessoas, que a constituímos. Portanto, um País, será aquilo que o Povo quiser. Se existir GENEROSIDADE, HUMILDADE, DÁDIVA, SOLIDARIEDADE e outros atributos que possam contribuir para uma sociedade mais justa, fraterna e equilibrada, poderá dizer-se que as crianças - os futuros Homens e Mulheres do AMANHÃ - passarão a ser mais felizes e, com isso, quando forem adultos, contribuírem para um Mundo bem melhor, do que este em que vivemos.

Esta nossa Terra, a Póvoa do Mar, tem o privilégio de possuir no seu seio, um manancial de seres humanos com o coração aberto aos mais carenciados, e para quem o HUMANISMO não é uma palavra de circunstância. É, através desta boa gente, que se enriquece um País. É, com Homens e Mulheres desta têmpera, que se define uma sociedade. Foram pessoas com tamanha grandeza, que tornaram possível a concretização de um sonho: a realidade do INSTITUTO MARIA DA PAZ VARZIM.

É grande o conforto, ao saber-se, que nesta sociedade - onde o "valor" das pessoas é avaliado através do dinheiro e (ou) do poder que possuem - ainda há gente que, sem receber nada em troca, se dedica de alma e coração aos mais pobres, mais carenciados, mais desprotegidos e, por consequência...mais infelizes.

Nesta Homenagem, que a Junta de Freguesia tributa ao INSTITUTO MARIA DA PAZ VARZIM, pelos inestimáveis serviços prestados à nossa Comunidade, não seria justo deixar de englobar, toda essa gente anónima que, das mais diversas formas, com carinho e dedicação, se tem disponibilizado para uma causa tão nobre, como a desenvolvida pela Instituição.

Sendo a componente SOCIAL, uma das maiores preocupações desta Junta de Freguesia e tendo consciência da sua escassez de recursos, não poderia deixar de apelar - aproveitando este Reconhecimento Público - à sensibilidade de muitos outros corações generosos que, com carinho, dedicação e trabalho, ajudam esta OBRA no desempenho da sua difícil e árdua missão: PROTEGER E ORIENTAR as muitas crianças que acolhe.

BEM HAJA

 

 

Daniel Gonçalves Bernardo

 Presidente da Junta de Freguesia da Póvoa de Varzim

 

 

 

23 de Maio de 2004

Padre Fernando Telmo Teixeira de Almeida

 

Portuense de nascimento, Padre por vocação, Pedagogo convicto, Educador dedicado, Dirigente desportivo eficiente e amante da informática, o Padre Fernando Telmo é, por direito próprio, um honrado cidadão que adoptou a Póvoa como sua Terra, o Bairro Sul a sua esperança e a Paróquia da Lapa, a sua paixão.

A sua forte personalidade, aliada ao alto sentido de responsabilidade, muito contribuíram para solidificar uma sã convivência entre os seus paroquianos.

Com a sua indómita vontade de acompanhar o progresso e a modernização da Igreja, conseguiu captar um grande número de jovens para a Ela se dedicar.

Pela sua amistosa ligação, a mulheres e homens do mar, constitui um sólido grupo de acólitos que, por amor à sua Paróquia, consigo colaborou.

Sei e compreendo a tristeza que o invade, por não poder continuar a fazer mais pelos seus fiéis, devido à  mágoa de, após 42 anos, ter de abandonar aquilo que mais gosta: A SUA PARÓQUIA.

Apesar da sua precária saúde, estou crente que, quer a Igreja quer a Póvoa, continuarão a usufruir do seu imprescindível préstimo.

Bem haja Padre Fernando Telmo

Daniel Gonçalves Bernardo

 Presidente da Junta de Freguesia da Póvoa de Varzim

 

18 de Maio de 2003

Manuel Carvalho da Silva Pereira

 

 

 

Falar de ilustres personalidades da nossa Terra, não é fácil. Honrá-las pelo seu trabalho, pela sua tenacidade, pelo seu dinamismo, e, principalmente pela sua integridade, não será com certeza, uma tarefa difícil.

O Sr. Manuel Carvalho da Silva Pereira, além dos referidos predicados, possui outros atributos que o definem como um Homem de CARÁCTER e de sensível DIGNIDADE Humana.

A Póvoa de Varzim, terra que o viu nascer, muito lhe deve.

Nesse sentido, a Junta de Freguesia desta cidade, fazendo juz á filosofia de HONRAR em vida os seus cidadãos, que de forma desinteressada têm contribuído para o BEM ESTAR da população, resolveu enaltecer e reconhecer publicamente, a sensibilidade e honradez do Sr. Manuel Carvalho da Silva Pereira.

É com Homens deste jaez, que se pode construir uma sociedade, onde a solidariedade não seja uma palavra vã.

A Póvoa agradece-lhe, senhor Manuel Carvalho da Silva Pereira.

Daniel Gonçalves Bernardo

 Presidente da Junta de Freguesia da Póvoa de Varzim

 

19 de Maio de 2002

Dr.ª Leena Lucinda Costa Vilarinho Marques

 

A Junta de Freguesia atenta a tudo quanto dignifique a nossa Terra e a nossa Gente, deliberou ( por unanimidade) prestar merecida e justa homenagem à Doutora Leena Marques.

Não sendo Poveira por nascimento, é na Póvoa que trabalha, vive e convive nestas últimas três décadas.

Na singeleza deste acto, nada mais se faz do que destacar e reconhecer as virtudes desta Senhora, consagradas na discrição da sua filantropia, em prol da Comunidade Poveira.

Anjo da Guarda das crianças, protectora dos idosos e amparo dos necessitados são atributos que, aliados ao seu exemplar desempenho como Educadora e ao enorme interesse demonstrado no desenvolvimento da Cultura, fazem da Dr.ª Leena Marques, exemplo vivo do que deve ser o verdadeiro Cidadão.

Mulher simples; Educadora carinhosa; Cidadã exemplar; Anónima no Bem-Fazer, são outros predicados que definem o seu carácter.

É a esta leal servidora, que a Comunidade Poveira hoje presta esta singela homenagem

Obrigada, Senhora Doutora Leena Marques.

Daniel Gonçalves Bernardo

 Presidente da Junta de Freguesia da Póvoa de Varzim

 

 

 

03 de Junho de 2001

Professor Filomeno Afonso Terroso

 

 

Educador e cidadão.

Prestigiado professor, honrado cidadão, Filomeno Afonso Terroso, não sendo um poveiro por nascimento, é-o por direito próprio e distinção.  Aqui na Póvoa de Varzim vive e convive ao longo de muitos anos, como professor, homem público e cidadão.

Se ao longo de 45 anos, Filomeno Terroso, foi um educador, um docente, que adquiriu elevado prestígio pela competência e responsabilidade entre os seus pares, os seus alunos, muitos, de uma vida longa de 45 anos de professorado, têm nele uma referência cívica e moral de exemplar personalidade que só honra quem consigo conviveu e convive.

É a este exemplo vivo de educador e cidadão, o professor Filomeno Afonso Terroso, homem simples, cortês, personalidade prestigiante e prestigiada, que a Junta de Freguesia da cidade da Póvoa de Varzim, publicamente, neste ano, primeiro de um novo século, presta pública homenagem.

Daniel Gonçalves Bernardo

 Presidente da Junta de Freguesia da Póvoa de Varzim

 

 

28 de Maio de 2000

Dr. Luís Filipe Ramos de Almeida Rainha

 

 

"Honrar os seus filhos, é honrar-se a si mesmo", frase que pode parecer redundante, mas que na verdade reflecte uma forma de sentir, nossa, dos Poveiros.

Sentimento que alia a memória, a tradição e o reconhecimento, uma memória que a Junta de Freguesia da Póvoa de Varzim enaltece, reconhecendo publicamente aqueles seus filhos mais queridos, como é agora o homenageado, Dr. Luís Filipe Ramos de Almeida Rainha.

Falar do Senhor Doutor Luís Filipe Ramos de Almeida Rainha, como Homem, como cidadão, como profissional, é fazer uma parte da história recente da memória da Vila da Póvoa de Varzim, menina cidade.

Filho dilecto da Póvoa, o mar que lhe deu fama não passou ao lado deste Homem que lhe deu honra.

Aqui nasceu, cresceu e vive.

A Póvoa que o viu nascer é a terra que o criou e à qual tanto deu. As inúmeras e notáveis contribuições que o desempenho de lugares de destaque por si foram ocupados são a comprovação de seu amor á terra e aos seus concidadãos.

Senhor de uma plurifacetada vivência, o senhor Doutor Luís Filipe Ramos de Almeida Rainha é um distinto homem culto e empreendedor.

Homem de carácter e personalidade é a este filho que a comunidade rende hoje reverente homenagem.

Obrigado, Senhor Doutor Luís Filipe Ramos de Almeida Rainha.

Daniel Gonçalves Bernardo

 Presidente da Junta de Freguesia da Póvoa de Varzim

 

Junta de Freguesia

 

 

Marisa